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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Brasil oculta prisão de terroristas, dizem EUA em documentos vazados

Documentos revelados pelo site Wikileaks mostram cartas de embaixada. Postura se deve ao medo de "estigmatizar a comunidade muçulmana"

Documentos revelados pelo site Wikileaks nesta segunda-feira (29) mostram que o Brasil disfarça a existência e a prisão de pessoas ligadas ao terrorismo. Segundo o documento, (disponível no site, em inglês), "o governo brasileiro é um parceiro de cooperação no combate ao terrorismo e actividades relacionados com o terrorismo no Brasil [...] No entanto, os mais altos níveis do governo brasileiro, particularmente o Ministério das Relações Exteriores, são extremamente sensíveis a quaisquer créditos públicos de que terroristas têm presença no Brasil - seja para arrecadar fundos, organizar a logística, ou mesmo trânsito no país - e vai vigorosamente rejeitar quaisquer declarações implicando o contrário."

O texto aparece em uma carta secreta do então embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, de 8 de janeiro de 2008. Segundo ele, "o governo brasileiro recusa-se a definir legal ou mesmo retoricamente designados grupos terroristas como o Hamas, Hezbollah ou as FARC como grupos terroristas - os dois primeiros sendo considerados pelo Brasil como partidos políticos legítimos."

De acordo com Sobel, a polícia federal prendeu muitas vezes pessoas que tinham ligações com o terrorismo, mas os acusa de crimes que não sejam relacionados ao tema para "evitar chamar a atenção da mídia e do alto-escalão do governo."
Essa postura se deve ao medo, ainda segundo o texto, de "estigmatizar a comunidade muçulmana do Brasil [...] ou prejudicar a imagem do território como um destino turístico. É também uma postura pública destinada a evitar ser demasiado estreitamente ligada ao que é visto como a Guerra excessivamente agressiva dos EUA contra o terrorismo."

'Espionagem'

Em um almoço na casa do então embaixador americano John Danilovich, em maio de 2005, o general Armando Félix teria dito que o governo pediu "que filhos de árabes, muitos deles empresários de sucesso, vigiem árabes que possam ser influenciados por extremistas ou grupos terroristas", diz o relato, também divulgado no site. Fonte: G1/Globo.com

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