Participe da comunidade do meu Blog

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Arcebispo do Rio diz que igreja 'não apoia candidatos nem partidos'

O arcebispo do Rio de Janeiro, d. Orani Tempesta, divulgou ontem à tarde artigo para reafirmar que a arquidiocese "não apoia candidatos e nem partidos", seguindo a "posição oficial" da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e "em sintonia com a atual legislação eleitoral".

Ele diz, no entanto, que a arquidiocese se "preocupa em oferecer critérios" ao fieis. Pede que estes votem "fora de qualquer pressão externa" em candidatos "que trabalhem em favor do povo, da valorização da vida, da coerência familiar e dos valores do Evangelho".

O artigo de d. Orani, que assumiu o cargo em 2009, inclui entre os critérios de voto o respeito "à vida desde a concepção até seu termo natural", incluindo a promoção da "dignidade no trabalho, saúde, habitação, lazer, comunicação".

Mesmo com referências indiretas ao debate sobre descriminalização do aborto e legalização da união civil de homossexuais, o texto tem tom mais contido do que nota divulgada na manhã de ontem pela Regional Leste 1 da CNBB.

O artigo de d. Orani, que assumiu o cargo em 2009, inclui entre os critérios de voto o respeito "à vida desde a concepção até seu termo natural", incluindo a promoção da "dignidade no trabalho, saúde, habitação, lazer, comunicação".

Mesmo com referências indiretas ao debate sobre descriminalização do aborto e legalização da união civil de homossexuais, o texto tem tom mais contido do que nota divulgada na manhã de ontem pela Regional Leste 1 da CNBB.

A nota "incentiva" os fieis, "agora mais do nunca", a votar em quem respeita "o valor da vida desde sua concepção" e "a família com sua própria constituição natural". Também cita --diferentemente de d. Orani-- o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos, enviado em maio ao Congresso:

"Renovamos nossa crítica ao PNDH-3, mesmo depois de ter sido retirada a proposta de legalização do aborto, porque foi falaciosamente indicada como 'questão de saúde pública'. Não é aceitável a visão da pessoa fechada ao transcendente."

Pressões de igrejas já haviam levado o governo Lula a suprimir do PNDH-3 frase que reivindicava a "autonomia da mulher para decidir sobre o próprio corpo".

O texto do arcebispo do Rio também é mais moderado do que o publicado na semana passada por um de seus bispos auxiliares, d. Antonio Dias Duarte, no site da Regional Leste 1.

"As experiências trágicas de 121 anos de República --governos corruptos, ditaduras, leis e medidas provisórias e decretos e programas nacionais de direitos humanos-- só deixaram um rastro de sangue e violência moral", disse d. Antonio.

O teor dos textos evidencia as divergências públicas entre líderes católicos desde que o bispo de Guarulhos, d. Luiz Gongaza Bergonzini, divulgou em julho artigo em que recomendava aos "verdadeiros" fieis que não votassem na petista Dilma Rousseff.

O texto --semelhante ao distribuído em Aparecida (SP) e Contagem (MG) no Dia de Nossa Senhora Aparecida-- estava até a semana passada no site da Regional Sul 1 da CNBB. No sábado, a regional divulgou nota em que "esclarecem que não vetam candidatos ou partidos".

Em reação a d. Luiz Gonzaga, os bispos de Jales (SP), d. Demétrio Valentini, e Caçador (SC), d. Luiz Eccel, divulgaram textos em defesa de Dilma. "A questão do aborto está sendo instrumentalizada para fins eleitorais", disse d. Demétrio. "Por que estão jogando pedras só na Dilma?", disse d. Luiz.Fonte: Folha Online, reportagem de Claudia Antunes

Nenhum comentário: