Participe da comunidade do meu Blog

sábado, 31 de julho de 2010

Seap prepara contratação de novo hospital para atender o SAS em Maringá

O valor máximo a ser pago não sofreu reajuste, o que poderá desestimular concorrência. A falta de interessados já frustrou a contratação do serviço em fevereiro, deixando 41 mil usuários sem atendimento

O contrato emergencial firmado entre o Governo do Estado e o Hospital Metropolitano de Sarandi termina em 60 dias e por isso a Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap) se apressa para publicar um novo edital de licitação. O valor a ser pago não sofreu reajuste, o que abre margem para uma nova concorrência vazia, como já ocorreu em Maringá, em fevereiro, e que deixou 41 mil usuários do Sistema de Assistência à Saúde (SAS) sem atendimento.

A mesma situação é verificada em Ponta Grossa e Cascavel, onde os contratos do SAS terminam em 31 de agosto. Segundo o diretor do SAS no Paraná, Eduardo Mischiatti, a publicação aguarda apenas o parecer do governador Orlando Pessuti.

Juntas, as cidades somam 94 mil beneficiários que olham com atenção para possíveis mudanças no sistema, já que o reajuste médio de 11% oferecido pelo governo é considerado pouco atrativo pelos possíveis concorrentes.

O Hospital Santa Catarina, que presta o serviço em Cascavel, recebe hoje R$ 17,80 por beneficiário. A Santa Casa de Ponta Grossa recebe R$ 20,23 e o Hospital Metropolitano de Sarandi (região de Maringá) recebe R$ 23,80, o segundo maior valor do Paraná. Os valores máximos previstos para os novos contratos são R$ 21,40, R$ 23,80 e R$23,80 por usuário cadastrado, respectivamente, mas os dirigentes das unidades alegam que o reajuste ainda não cobre as gastos.

A preocupação é compartilhada pelo Sindicato dos Servidores Estaduais de Maringá e Região (Sintemmar), que teme que novamente a licitação não atraia interessados e que o atendimento médico seja interrompido, como ocorreu em março. O Hospital Santa Rita, que até então era responsável pelo serviço, não renovou contrato emergencial deixando 41 mil usuários da região de Maringá sem assistência.

Para Carlos Ferri, diretor do Hospital Metropolitano, que atende a região de Maringá em caráter de emergência desde março, o valor adequado a ser recebido é de R$ 32,00 por beneficiário, mas ele sabe que será difícil negociar uma quantia maior do que a oferecida. “Os usuários do SAS fazem parte de uma população esclarecida e que exige sempre o melhor atendimento, e tudo isso tem um custo elevado”, disse ele.

Já o diretor do SAS na Santa Casa de Ponta Grossa, Dalton Scarpin Gomes, disse que o hospital ainda não pode garantir que participará da nova concorrência, pois não sabe o que o edital prevê. Mesmo assim, para o padrão de atendimento oferecido na cidade hoje, o reajuste não está a contento. “Acho que o valor está defasado. Tivemos um reajuste em cinco anos e temos que avaliar (a participação na licitação) para que pelo menos não tenhamos prejuízo”, afirmou.

Contrato de emergência

O fim do contrato com um hospital e a possibilidade da prestação de serviço por outro pode trazer complicações no tratamento de alguns usuários, como para a aposentada Shirlei Galete, de 66 anos. Ela é residente em Nova Esperança, região de Maringá, e tem sofrido com a descentralização do atendimento.

Até março, todas as consultas e exames eram feitas no mesmo local, mas agora, ela precisa se deslocar sete quilômetros para realizar todas as consultas necessárias. “Eu venho de longe, preciso passar o dia todo aqui, e para mim que sou aposentada não é fácil. Antes era tudo junto, mas agora eu faço exame aqui (região central de Maringá) e preciso ir até Sarandi (região metropolitana) para mostrar para o médico”, disse. Fonte: Gazeta do Povo, reportagem de Hélio Strassacapa

Nenhum comentário: