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terça-feira, 27 de abril de 2010

Requião reúne bancada e diz que não apoia Pessuti

Furioso com as mudanças feitas por Pessuti nos primeiro e segundo escalões da administração estadual, o ex-governador afirmou que não apoiará a candidatura do sucessor ao governo nas eleições de outubro

Requião: ex-governador está irritado com mudanças no governo. Foto: Jonas Oliveira

O ex-governador Roberto Requião (PMDB) se reuniu pela primeira vez ontem com a bancada do PMDB na Assembleia Legislativa desde que deixou o cargo, no início de abril, para disputar uma vaga no Senado. E já nesse primeiro encontro Requião partiu para o ataque contra seu sucessor, o governador Orlando Pessuti (PMDB). Furioso com as mudanças feitas por Pessuti nos primeiro e segundo escalões da administração estadual, o ex-governador afirmou que não apoiará a candidatura do sucessor ao governo nas eleições de outubro.

Segundo parlamentares presentes ao encontro, Requião não indicou se apoiará algum dos outros dois pré-candidatos colocados na disputa – o senador Osmar Dias (PDT) e o ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). A tendência é que ele se dedique exclusivamente à sua própria candidatura ao Senado, liberando seus aliados no PMDB a apoiarem quem quiser.

Boa parte dos deputados peemedebistas não esconde o desejo de uma coligação com o PSDB de Richa, por não acreditarem nas chances eleitorais de Pessuti. O pré-candidato peemedebista tem registrado índices de intenção de voto de 5% na disputa pelo governo, bem distante de Richa e Osmar, que lideram a preferência do eleitorado. Além disso, uma coligação proporcional com os tucanos facilitaria a reeleição dos 17 deputados estaduais do partido. Pessuti porém, aposta no fato de estar no governo como trunfo para crescer nas pesquisas e viabilizar sua candidatura.

Entre as mudanças feitas pelo governador na cúpula da administração estadual que desagradaram Requião estão a demissão de Luiz Carlos Delazari da Secretaria de Segurança Pública, e a troca de comando na Copel. Além disso, o ex-governador não se conforma com a postura conciliadora de Pessuti em questões como o da multa cobrada do Paraná pela União por conta da dívida do Estado com o banco Itaú originada da privatização do Banestado; e as negociações com as concessionárias de pedágio para redução das tarifas – problemas esses que Requião não conseguiu resolver por sua atitude intransigente.

Em cerimônia de posse da nova diretoria da Copel, ontem, Pessuti negou estar rompido com Requião. “De minha parte não tem racha. Eu continuo no meu ritmo de vida como sempre foi com Requião onde haviam divergências, mas de uma lealdade jamais questionável. Eu ajudei o Requião a governar o Estado por 10 anos e espero que ele me ajude nestes meses a fazer um grande governo no Paraná”, disse o governador.

Pessuti garantiu também que as mudanças no comando da companhia são normais. “Dentro da dinâmica de um governo ocorrem às substituições. A cada momento isso precisa acontecer. Nada de excepcional, mas queremos dar uma oportunidade a aqueles que por muitos anos conduziram esta empresa possam passar a dirigi-la”, alegou.

Pesquisa — O líder do governo na Assembleia, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), minimizou ontem as divergências entre Requião e Pessuti. Romanelli alega que Requião é “muito emotivo”, e que acabará apoiando a candidatura de Pessuti ao governo. O deputado mantém a avaliação de que Pessuti só não será candidato se não quiser, já que a decisão do PMDB em seu favor está consolidada. “Ele lidera o PMDB e tem meios para articular sua candidatura. Está trabalhando 24 horas por dia para isso”, diz.

Romanelli admite que o melhor para os deputados seria uma coligação com outro partido, mas que deve prevalecer a questão estadual. “A lógica da política é que a prioridade é para a candidatura majoritária. Aos deputados é imposto o sacrifício”, afirma.

O líder governista diz que o PMDB deve fazer uma pesquisa eleitoral no final de maio que deve orientar as decisões do candidato e do partido, e que Pessuti tem condições e tempo para crescer nas intenções de voto para o governo. “A superestrutura do governo tem capitalaridade. Acho que ele vai ter um crescimento rápido”, prevê. (IS)
Fonte: Bem Paraná, reportagem de Ivan Santos

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