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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Requião quer reajuste antes de deixar governo

Oposição garante que o aumento será uma das bandeiras de campanha do peemedebista

O governador Roberto Requião (PMDB) quer sancionar o reajuste do salário mínimo regional antes de deixar o cargo no dia 3 de abril para disputar cadeira no Senado nas eleições de outubro. A oposição garante que o aumento será uma das principais bandeiras de campanha do peemedebista.

O próprio líder da bancada governista na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), confirma que a “tropa de choque” irá trabalhar para que o texto seja votado na Casa até o dia 15 de março. A estratégia de Requião põe por terra a pretensão de empresários e parte dos parlamentares que defendem que a proposta seja amplamente debatida antes de ir à votação.

Coincidência ou não com a disputa eleitoral, o percentual de reajuste de 2010 (chega até 21,5%) é o maior dos anos de governo Requião. No ano passado, o mínimo regional foi reajustado em 14,9% e em 2008 o índice ficou em 15,27%.

“Não tem muito o que discutir o mérito da proposta. Não precisa ficar enrolando. Temos que votar de uma vez. Até o dia 15 de março quero estar com isso votado. O mínimo regional é um fabuloso instrumento para superar a desigualdade social, melhorando a distribuição de renda”, afirma Romanelli.

Na semana que antecedeu o carnaval, as Federações das Indústrias dos três estados do Sul do país (Fiep, Fiergs e Fiesc) encaminharam um documento à Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestando insatisfação com a influência política sobre as discussões que envolvem os pisos salariais nos estados. “Os empresários não são contra esse piso regional. O que questionamos são os índices de reajuste que estão sendo propostos pelo governo”, afirma o coordenador do Conselho Temático de Relações do Trabalho da Fiep, Amilton Stival.

Rolo compressor — O líder da oposição, deputado Élio Rusch (DEM), acusa Requião de querer colher frutos eleitorais a partir do aumento exagerado do mínimo regional. “Não sei porque tanta pressa se o reajuste só vai entrar em vigor a partir de maio. Ainda estamos em fevereiro. O governador já mandou logo a proposta para a Assembleia por uma questão política, já que será candidato. Ele (Requião) quer eternizar algumas coisas que fez. Esse texto tem que ser bem discutido. Espero que os parlamentares tenham bom senso, já que eles também irão se submeter as urnas neste ano”, argumenta Rusch.

O deputado Reni Pereira (PSB) diz ter informações de que os seguidos reajustes do piso paranaense têm gerado desemprego. “Não vou permitir que o rolo compressor governista passe por cima de questão tão importante. Tenho recebido informações sobre a diminuição da oferta de empregos. O certo é ouvir todos os segmentos que serão afetados pelo aumento. Precisamos saber se este aumento não vai se transformar em cartas de demissão. Quem vai pagar pela pressa não é o empresariado, mas sim os trabalhadores”, comenta. (AB)

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