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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Público que assistirá julgamento de Martini será escolhido por sorteio

Até 250 pessoas devem se inscrever para acompanhar a sessão, que acontece na segunda-feira. O plenário da Câmara, porém, tem lugar para, no máximo, 80 pessoas

Um sorteio vai definir quem poderá assistir ao julgamento do pedido de cassação do prefeito de Sarandi, Milton Martini, na próxima segunda-feira (1º). A medida será tomada, segundo o vereador Luiz Carlos de Aguiar (PPS), que preside a Comissão Processante (CP) que analisou as denúncias contra Martini, porque o número de interessados em acompanhar a sessão é muito maior que a capacidade da Câmara da cidade. O local abriga entre 70 e 80 pessoas sentadas.

Na quinta-feira (25), contudo, mais de 120 pessoas procuraram a Casa para fazer o cadastro exigido para assistir ao julgamento. O prazo para o registro termina na tarde desta sexta-feira (26). Aguiar acredita que o processo deve se encerrar com o cadastro de mais de 250 pessoas. Cerca de 30 cadeiras extras serão colocadas no plenário, mas a maioria deve ser ocupada por profissionais de imprensa.

"Eu sei que as pessoas da cidade têm interesse em acompanhar o julgamento, mas não há estrutura para receber todo mundo", diz o presidente da Câmara, vereador Cilas Moraes (DEM). Ele acrescenta ainda que a limitação do público é importante para garantir a segurança da sessão, que promete ser bastante tensa.

Aguiar diz que há grupos favoráveis e contrários à cassação do prefeito, e que ambos estão pressionando os vereadores. Por isso, o parlamentar deixou a cidade e deve retornar somente no dia do julgamento. Ele prefere não dizer onde está "exilado". Há ainda outros vereadores que saíram do município.

O clima de tensão se arrasta desde o ano passado, quando foram registradas as primeiras ameaças de morte aos vereadores que atuam no processo. Neste ano, novas ameaças foram feitas, assustando os parlamentares.

O sorteio

O sorteio acontecerá às 7h30, trinta minutos antes do início da sessão. Segundo Moraes, os nomes de todos os inscritos serão colocados em uma caixa. Aquele que tiver o nome sorteado poderá entrar na Câmara. Antes, contudo, passara por uma revista feita pela Polícia Militar, que acompanhará toda a sessão.

Os interessados em acompanhar o julgamento devem se registrar até as 18h desta sexta-feira (26), na Câmara de Vereadores da cidade. É preciso apresentar um documento de identidade e um comprovante de residência, que não precisa ser de Sarandi.

O julgamento

Como não se trata de uma sessão comum, os parlamentares não poderão se ausentar do plenário até que a sentença seja proferida. Nesse tipo de julgamento, a Câmara de Sarandi precisará do apoio de dois terços dos vereadores da casa, o que representa sete votos, para cassar o mandato do prefeito.

De acordo com Aguiar, entre os 10 parlamentares, há quatro que prometem votar contra o pedido de afastamento. Aguiar conta com o bom senso dos colegas e também da manifestação da população. “Acho que ninguém irá contra as informações que constam no relatório, mas o que vai demandar é a pressão popular”, disse.

Sessão sob risco

O julgamento de Martini está sujeito a ser cancelado de última hora. Isso porque o prefeito entrou com uma ação na Justiça pedindo a dissolução da Comissão Processante (CP), o que anularia toda a investigação feita pelos vereadores, incluindo o pedido de cassação. Martini alega que o grupo foi formado de maneira irregular, sem sorteio, como exige a lei. A ação do prefeito deve ser julgada pelo magistrado Loril Leocadio Bueno Júnior ainda nesta sexta-feira (26). Fonte: Jornal de Maringá, reportagem de Renan Colombo
Prefeito é acusado de favorecer chefe de gabineteMilton Martini é acusado de comprar, sem licitação, produtos agropecuários na loja do então chefe de gabinete da Prefeitura, Ailson Donizete de Carvalho, que se demitiu. São dez bombas para passar veneno e 150 litros de herbicida, que somam R$ 7,7 mil. Martini diz que não sabia que a loja era do funcionário e que já devolveu o dinheiro ao município.

Para investigar a denúncia, os vereadores de Sarandi montaram, no fim do ano passado, uma Comissão Processante (CP), que ouviu testemunhas e então elaborou um relatório, pedindo a cassação. Entre as testemunhas estiveram o próprio prefeito e também o deputado Reinhold Stephanes Júnior (PMDB), que o defendeu.

Martini é investigado também na Justiça, acusado de outras irregularidades a frente da Prefeitura. Em dezembro, ele chegou a ser afastado do cargo pela Justiça, por supostamente estar coagindo funcionários públicos que são testemunhas dos processos. Dias depois, a decisão foi revertida e Martini retornou ao cargo.

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