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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Impasse mantém risco de racha no PSDB

Presidente nacional tucano se reúne em Brasília com Richa e Alvaro em busca de consenso, cada vez mais difícil

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), se reúne hoje pela manhã em Brasília com o prefeito de Curitiba, Beto Richa e o senador Alvaro Dias, em uma nova tentativa de chegar a um acordo sobre a escolha do candidato do partido ao governo do Paraná. Até agora, nem Richa nem Alvaro admitem abrir mão de disputar a vaga de candidato tucano à sucessão estadual, o que obrigou a cúpula nacional a intervir na esperança de evitar um racha que poderia prejudicar a campanha do presidenciável da legenda, governador de São Paulo, José Serra, no Estado.

Os aliados de Richa, que controlam a direção estadual do PSDB, pretendiam “bater o martelo” na última segunda-feira, mas a reunião do Diretório paranaense acabou cancelada, depois de um encontro entre o prefeito, o senador e Guerra em São Paulo, na última sexta-feira. Até ontem, porém, não se vislumbrava uma saída para o impasse, já que mesmo em desvantagem junto ao Diretório Regional, Alvaro não admite desistir da pré-candidatura, e tem dito que pode levar a disputa à convenção de junho ou até à Justiça. E Richa e seu grupo também não abrem qualquer possibilidade de desistência do prefeito.

Ontem, em entrevista à rádios de Curitiba, o senador voltou a dar sinais de que não está disposto a abrir mão de suas pretensões tão cedo, e que pode levar a disputa em frente por um bom tempo. “Logicamente podemos chegar a um entendimento na quarta-feira (hoje), ou podemos não chegar. Esse assunto não se esgota na quarta-feira. A convenção estadual do partido é em junho. Portanto, nós estamos muito precipitados”, afirmou.

Alvaro tem criticado a pressa dos aliados de Richa, que querem definir logo o candidato para sair em busca de alianças. Se for disputar o governo, o prefeito terá que renunciar ao cargo até 2 de abril. Além disso, seus partidários alegam ter pressa para definir o candidato tucano como forma de liberar a legenda a buscar aliados de outras siglas.

O senador argumenta que seria o melhor candidato porque caso fosse o escolhido, atrairia o apoio do irmão, senador e também pré-candidato ao governo, Osmar Dias (PDT), para Serra, evitando que ele ofereça um palanque no Paraná à presidenciável do PT, ministra Dilma Roussef. Já os aliados de Richa alegam que ele tem a maior aprovação entre os prefeitos das capitais e teria condições de atrair para Serra o apoio da maioria das lideranças regionais, como prefeitos, deputados e vereadores, além de partidos como o PMDB do governador Roberto Requião. Alvaro não concorda e dá sinais de que pretende resistir. “Tenho a consciência tranquila de estar defendendo uma tese boa, e por considerar que essa tese é correta, eu vou até o fim na sua defesa”, alegou Alvaro ontem.

O impasse levou a intervenção da direção nacional tucana, temendo um racha no PSDB do Paraná, e prejuízo para Serra no Estado. Ontem à noite, o presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, teria uma reunião prévia com Alvaro, e teria convidado também Osmar Dias. O senador do PDT tem confirmado o acordo de não haver disputa entre irmãos, mas afirmado que hoje sua candidatura é irreversível. Segundo aliados de Osmar, porém, ele teria decidido não participar do encontro com Guerra ontem.

Omelete — O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, confirmou que marcou para hoje à noite uma reunião da Executiva tucana do Paraná. Rossoni deu indicação de que caso Alvaro Dias mantenha sua candidatura, vai reconvocar o Diretório Estadual para decidir. “Vamos analisar o resultado da reunião em Brasília. Se tiver acordo ótimo, se não, paciência, a Executiva convoca o diretório. Não se faz omelete sem quebrar os ovos. ”, afirmou. Fonte: Bem Paraná, reportagem de Ivan Santos

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