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domingo, 22 de novembro de 2009

Entre protestos, Lula recebe presidente do Irã nesta segunda-feira

Com a questão nuclear no centro do debate, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá nesta segunda-feira o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em uma visita cercada de polêmica e que encontra forte resistência no Brasil.

Ahmadinejad chegará a Brasília em meio a ameaças de sanções por parte dos Estados Unidos e das grandes potências europeias por não responder à proposta da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para que seu urânio passe a ser enriquecido na Rússia.

O presidente iraniano busca apoio de Lula, que se mostrou de acordo com o desenvolvimento de tecnologia nuclear com fins pacíficos e é contrário às sanções que poderiam frear o comércio bilateral, assunto que também estará em pauta na reunião.

Lula defende que a diplomacia será mais útil que o isolamento da República Islâmica e justificou o diálogo com Ahmadinejad -- "em prol da paz" -- até diante do presidente israelense, Shimon Peres, que fez uma visita ao Brasil há duas semanas.

Para o Brasil, esta pode ser uma oportunidade de fortalecer a imagem de mediador internacional, o que, por sua vez, respaldaria sua campanha na busca por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Nessa linha, Lula recebeu em apenas uma semana separadamente Peres e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e conseguiu que ambos apoiem sua colaboração no diálogo para a paz no Oriente Médio.

Pedido de Obama

Apesar das suspeitas despertadas pela visita de Ahmadinejad nos setores conservadores dos Estados Unidos, o próprio presidente Barack Obama pediu a Lula que utilize sua relação privilegiada com o líder iraniano para pressioná-lo a renunciar a um programa nuclear com fins militares.

Os EUA querem ainda que o presidente brasileiro interceda por três americanos detidos no Irã em julho passado sob acusações de espionagem.

À margem da questão nuclear, a visita também terá um forte componente comercial, já que Ahmadinejad será acompanhado por uma comitiva de aproximadamente 200 empresários. Eles terão um encontro com diretores de empresas brasileiras dos setores de petróleo, mineração, agricultura e bens de capital.

O encerramento do encontro será presidido por ambos os líderes, após sua reunião de trabalho e a recepção oferecida pelo presidente do Senado, José Sarney, e o da Câmara dos Deputados, Michel Temer, em honra a Ahmadinejad.

Vistos

Também será discutida a supressão recíproca de vistos, o que incluiria os brasileiros em um reduzido grupo de cidadãos com direito a atravessar a fronteira iraniana apenas com o passaporte e dará mais facilidades no Brasil aos iranianos que, por exemplo, aos americanos, que são obrigados a pedir um visto.

Ahmadinejad inicialmente tinha programado viajar ao Brasil em maio passado, mas a visita foi cancelada. Teerã alegou "compromissos internos" do líder do Irã, que em 12 de junho realizaria as polêmicas eleições que reelegeram Ahmadinejad.

O presidente iraniano incluiu o Brasil em uma viagem internacional de cinco dias, cuja primeira etapa foi hoje no Senegal e que o levará na terça-feira à Bolívia e na quarta à Venezuela.

O giro de Ahmadinejad é marcado também por protestos no Brasil das comunidades judaica, gay e outros movimentos sociais por sua negação ao Holocausto e as reiteradas ameaças a Israel, a falta de liberdades no Irã e o que alguns consideram como ingerência de Teerã na América Latina. Fonte: Efe via Folha Online

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