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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Agentes penitenciários voltam a protestar pela morte de agente em Londrina

Eles não concordam com a versão de briga de trânsito apresentada pela Polícia Civil para a morte do agente Walter Giovani Brito. Os agentes sustentam a tese que o agente foi vítima de um atentado

Os agentes penitenciários de Londrina voltaram a protestar pela morte do agente Walter Giovani Brito, 26 anos, que ocorreu no dia 12 de outubro. No início da tarde de quarta-feira (21), eles se concentraram no Calçadão Central e com faixas mostravam a indignação com o crime. Os agentes também foram à sede da 10ª Subdivisão da Polícia Civil.

Em conversa com o delegado-chefe, Sérgio Barroso, os agentes afirmaram que não concordam com o resultado das investigações que apontaram que a morte de Giovani foi resultado de uma briga de trânsito. Eles continuam sustentando a tese que o agente foi vítima de um atentado.

O delegado explicou aos agentes penitenciários que a conclusão do crime é baseada em laudos técnicos e assim que o autor dos disparos sair do hospital será realizada uma reconstituição do crime.

Desentendimento de trânsito levou a troca de tiros

Na segunda-feira (12), o delegado-chefe afirmou que o motivo do crime foi uma briga de trânsito e não teve nenhuma ligação com a função exercida pela vítima. O homicídio ocorreu na Avenida Santos Dumont, Jardim Aeroporto, zona leste. Segundo a primeira versão apresentada pela Polícia Militar (PM), Brito e mais dois agentes penitenciários estavam em um bar. Ao entrarem no veículo para irem embora, Juliano Jadson Lima dos Santos, 21 anos, chegou em uma motocicleta e atirou várias vezes contra o carro.

Pelo menos quatro tiros atingiram Brito, que morreu na hora. Outro agente penitenciário, Bruno Mazzini da Silva, 26 anos, que estava no banco de trás do veículo foi ferido no abdome. O agente Levino Custódio Júnior, 34 anos, que trazia uma arma calibre ponto 40 no porta-luvas do veículo, reagiu e acertou dois tiros no autor do disparo.

No entanto, o delegado-chefe disse que o autor dos disparos apresentou uma versão diferente. Ele relatou aos policiais que estava trafegando pela Avenida quando foi fechado pelo carro dos agentes penitenciários. Santos, então, teria ficado irritado com a manobra. “Ele disse que buzinou e acelerou a moto. Nesse momento, os agentes teriam emparelhado o carro e o agente Custódio teria apontado a arma para ele. Santos sacou a arma que portava e, segundo ele, teria atirado depois de ter levado o primeiro tiro”, explicou Barroso.

Já o agente penitenciário disse que não teria visto ou ouvido qualquer desentendimento. “Os quatro envolvidos haviam ingerido muita bebida alcoólica. Por isso, todos os indícios apontam mesmo para o desentendimento de trânsito. Esse é mais um caso da triste e infeliz combinação de álcool, direção perigosa e porte de arma”, afirmou.

Segundo Barroso, o agente penitenciário Levino Custódio Júnior foi formalmente indiciado por tentativa de homicídio. A Polícia também aguarda a alta hospitalar de Juliano Santos para realizar uma reconstituição do crime. Santos foi preso horas depois enquanto recebia atendimento no hospital.

Morte do agente gerou protesto na categoria

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná fez na terça-feira (13) uma paralisação em várias unidades prisionais do estado em protesto pela morte do agente. Em Londrina, os agentes se concentraram em frente ao Centro de Detenção e Ressocialização (CDR), unidade que Brito trabalhava.

Os agentes exigiam que o governo do estado libere o porte de arma para os agentes penitenciários. Eles reclamam que “podem ser o alvo, mas nunca o tiro”. “Não temos o direito de se defender, pois nós estamos desarmados e o bandido está com arma na mão. E quando nos defendemos acabamos presos. Estamos sendo atacados e não podemos fazer nada”, disse o secretário-geral do Sindicato, Ademildo Passos Correia. Fonte: Gazeta do Povo

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