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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Segunda fuga de presos em duas semanas encerra acordo na delegacia de Ivaiporã

Pacto firmado com o delegado Cadeia Pública da cidade permitia que os presos dormissem nos corredores e no solário

A fuga de 14 presos da Cadeia Pública de Ivaiporã, região Central do Paraná, por volta das 21 horas de sexta-feira (4), colocou um fim no acordo firmado entre o delegado Osnildo Carneiro Lemes e os detentos, que tinham autorização para dormir nos corredores e até no solário. Foi a segunda fuga em duas semanas: no dia 23 de agosto três presos já haviam fugido da carceragem. O pacto, feito em por causa da superlotação da carceragem, permitia mais conforto para os presos. Agora, nas celas destinadas a seis pessoas ficarão 14.

Segundo o investigador Adalberto Antônio dos Santos, a fuga ocorreu na hora do lanche da noite, quando o carcereiro abriu a porta principal de entrada para as celas. “Com armas improvisadas um grupo de detentos dominou o carcereiro e depois saiu caminhando normalmente pela porta da frente da cadeia”, relatou Santos.


Os fugitivos são Antônio Marcos Bento, José Vilson dos Santos, Célio Viana Vechia, Marcos dos Santos, Diego Estevan Luiz, Rafael Oliveira Rodrigues, Diogo Dias da Silva Mota, Sebastião Alves da Silva, Eduardo Rosa de Souza, Fabio Fernando de Souza, Fernando dos Santos, Jean Rodrigo Pereira, Jefferson Gusmão Quiles e José de Oliveira.

Dois deles (Fábio Fernando de Souza, 20 anos, e Jean Rodrigo Pereira, 19 anos) foram recapturados pela Polícia Militar ainda na noite de sexta, em Lunardelli. Eles tomaram de assalto duas pessoas com um Volkswagen Gol, na área central de Ivaiporã, mantendo-as como reféns.

De posse do veículo roubado, os fugitivos foram interceptados próximo de Lunardelli, na Rodovia Natal Pessuti, mas jogaram o automóvel contra os policiais, furando o bloqueio.

Mais adiante, a PM disparou contra um pneu do carro, que parou após colidir contra uma cerca. Dois fugitivos foram presos e um terceiro conseguiu fugir a pé. Os reféns Geovani José Gozo, 30 anos, e Cristiane Marcelino Nunes, 20 anos, foram libertados sem ferimentos.

“Trata-se de uma tragédia anunciada, só não vê quem não quer”, disse no sábado (5) o delegado da 54ª Delegacia Regional de Polícia de Ivaiporã, Osnildo Carneiro Lemes. Segundo ele, a Cadeia de Ivaiporã tem capacidade para 32 detentos e antes da fuga estava com uma superlotação de 141 presos.

Quanto ao acordo para que os presos permanecessem no corredor e solário, o delegado se justifica com uma lei da física. “Não tem como dois corpos ocuparem um mesmo espaço”, argumenta Lemes, acrescentando que, “enquanto as autoridades do setor penitenciário não tomarem providências, as fugas vão continuar ocorrendo”.

A Cadeia Publica de Ivaiporã foi construída há 28 anos e, com o crescimento da cidade, hoje está situada em uma área residencial em plena expansão. A prefeitura de Ivaiporã e outras entidades, incluindo o Conselho das Associações de Moradores, OAB, Rotary Club e a Associação Comercial, há vários anos vêm reivindicando ao Governo do Estado a construção de uma nova delegacia ou penitenciária na região centro norte.

Segundo o delegado, para controlar os presos na base da hierarquia e da disciplina, ele necessitaria de mais espaço físico e um número adequado de policiais. “Seria preciso ao menos uns 15 policiais, para dominar por completo a situação. Com 140 detentos, em um espaço destinado a abrigar apenas 32 e com apenas um carcereiro para cuidar de tudo, imagine a nossa dificuldade”, desabafa o delegado Osnildo Carneiro Lemes. Fonte:Gazeta do Povo

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