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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Potências se reúnem com Irã em 1º de outubro para diálogo nuclear

Representantes do grupo de seis potências --Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha-- vai se reunir com representantes do Irã no próximo dia 1º de outubro para discutir a questão nuclear, informou a imprensa estatal iraniana. Não se sabe, contudo, se Teerã aceitará incluir no debate seu controverso programa nuclear, diante da resistência do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que afirma não debater o direito nuclear do país.

O Ocidente afirma que o programa nuclear do Irã tem como objetivo a produção de armas nucleares, acusação que Teerã nega.

A agência de notícias Isna afirma que o chefe de Relações Exteriores da União Europeia (UE), Javier Solana, conversou por telefone com o negociador chefe iraniano, Saeed Jalili. Ambos concordaram com a data, apesar de não haver um local definido --o Reino Unido e a Turquia já se ofereceram para sediar os encontros.

Na quarta-feira passada (09), o Irã ofereceu uma proposta de diálogo nuclear ao grupo dos seis, Alemanha e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU --Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido. O documento, contudo, falava de "desafios globais" como desarmamento, o direito ao uso da energia nuclear, mas não citava o controverso programa nuclear iraniano.


Após uma abertura do chanceler iraniano à possibilidade de um diálogo sobre o programa nuclear do país, Ahmadinejad afirmou neste domingo que Teerã não está está disposta a conversar com as grandes potências sobre o tema.

"A tecnologia nuclear pacífica é um direito legal e definitivo da nação iraniana, e o Irã não negociará com ninguém seus direitos inalienáveis", declarou Ahmadinejad, ao receber o embaixador britânico Simon Gass, que lhe entregou suas credenciais.

"Mas estamos dispostos a debater sobre cooperação internacional para resolver os problemas econômicos e de segurança no mundo. Esperamos que esses problemas não sejam resolvidos sem a participação de todos", acrescentou, citado pela agência Fars.

Segundo uma cópia da proposta iraniana, obtida pela agência de notícias Associated Press, o texto entregue pelos iranianos ignora a sua exigência-chave da comunidade internacional e equivale a um manifesto clamando por uma nova ordem internacional.

A proposta de cinco páginas diz que o país está disposto a "embarcar em negociações abrangentes, globais e construtivas". Mas o documento evita abordar o pedido específico feito ao país pelos EUA e seus parceiros: o congelamento do enriquecimento de urânio.

O documento de palavras vagas é essencialmente um grandioso chamado para a renovação do panorama global. "A era difícil caracterizada pela dominação dos impérios [e] predominância de potências militares [...]está chegando ao fim", diz o documento.

Diálogo direto

Na sexta-feira (11), os EUA e as outras cinco potências aceitaram a nova oferta iraniana para dialogar. O porta-voz do Departamento de Estado americano, PJ Crowley, afirmou que, embora a proposta do Irã para negociações tenha sido decepcionante, por contornar a questão nuclear, ela representou uma oportunidade para iniciar um diálogo direto.

Crowley salientou que os EUA e seus parceiros de negociação concordam que devem manter pressão sobre o Irã ao mesmo tempo que buscam negociações.

A negociação direta com os iranianos pode ser a primeira conversação substancial entre Washington --que lidera o esforço da comunidade internacional-- e Teerã desde a Revolução Iraniana em 1979. Embora as expectativas sejam baixas diante de um histórico de pouco avanço, mesmo um fracasso no diálogo direto pode ser utilizado como justificativa para ações mais duras.

O diálogo com a participação dos EUA marcaria ainda uma mudança radical da política americana, que passou todo o mandato de George W. Bush rejeitando qualquer diálogo na esperança de acelerar o colapso da República Islâmica. Uma estratégia que Obama reiterou inúmeras vezes em sua campanha presidencial que estava errada, já que não impedia a produção de armas nucleares pelo regime iraniano. Fonte: Folha Online com Efe e Reuters

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