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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

OEA convoca reunião extraordinária sobre Honduras

A OEA (Organização dos Estados Americanos) convocou para esta segunda-feira uma reunião extraordinária de seu Conselho Permanente para analisar a situação de Honduras após o retorno ao país do presidente deposto hondurenho, Manuel Zelaya, que está na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. A previsão é de que a reunião do Conselho começasse por volta das 17h30 (horário de Brasília).

Zelaya, que foi deposto no fim de junho, retornou nesta segunda-feira a Honduras e buscou abrigo na Embaixada brasileira, pois há ordens de prisão expedidas contra ele. Em entrevista por telefone ao canal de televisão Telesur, ele disse que voltou ao país, após viajar durante mais de 15 horas na companhia de outros quatro homens, para "iniciar um diálogo" e pediu ao povo hondurenho que o proteja e que as Forças Armadas não intervenham para impedir sua presença.


Em declarações à Telesur e à emissora local Cholusat Sur, Zelaya afirmou ter conversado com o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, e que este comunicou que estará em Honduras nesta terça-feira para dar início a um diálogo de reconciliação com o governo interino do país, mas a organização não confirmou a viagem.

Em um comunicado divulgado pela OEA, Insulza pediu ao governo de Micheletti que garanta a segurança do presidente deposto.

"Quero fazer um apelo à calma aos envolvidos neste processo e ressaltar às autoridades do governo de fato, que deve ser responsável pela segurança do presidente Zelaya e da Embaixada do Brasil", diz o texto. A OEA suspendeu Honduras após a deposição de Zelaya e apoia a mediação feita pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que prevê o retorno do presidente deposto, à frente de um governo de união nacional. O governo interino acusa Insulza de parcialidade em favor de Zelaya.

Histórico

Zelaya foi deposto nas primeiras horas do dia 28 de junho, dia em que pretendia realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucionais que havia sido considerada ilegal pela Justiça. Com apoio da Suprema Corte e do Congresso, militares detiveram Zelaya e o expulsaram do país, sob a alegação de que o presidente pretendia infringir a Constituição ao tentar passar por cima da cláusula pétrea que impede reeleições no país.

O presidente deposto, cujo mandato termina no início do próximo ano, nega que pretendesse continuar no poder e se apoia na rejeição internacional ao que é amplamente considerado um golpe de Estado --e no auxílio financeiro, político e logístico do presidente venezuelano, Hugo Chávez-- para desafiar a autoridade do presidente interino e retomar o poder.

Isolado internacionalmente, o presidente interino resiste à pressão externa para que Zelaya seja restituído e governa um país aparentemente dividido em relação à destituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da Igreja Católica-- unida em torno da interpretação de que houve uma sucessão legítima de poder e de que a Presidência será passada de Micheletti apenas ao presidente eleito em novembro. As eleições estavam marcadas antes da deposição, e nem o presidente interino nem o deposto são candidatos. Fonte: Folha Online com Efe, France Presse e Ansa

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