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sábado, 26 de setembro de 2009

Depois de empate em pesquisa, Dilma e Ciro já ensaiam ataques

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) trocaram ontem as primeiras farpas eleitorais entre os dois, pré-candidatos na disputa pela Presidência da República. Em eventos distintos em São Paulo, Dilma e Ciro comentaram a sucessão do presidente Lula --que alçou Dilma a candidata do PT e é aliado de Ciro.

Questionada, em entrevista a correspondentes estrangeiros, sobre o crescimento de Ciro na recente pesquisa Ibope --que também indicou a estagnação da ministra nas intenções de voto ao Planalto--, Dilma condenou uma comemoração antecipada.

Dilma atribui ao machismo a fama de durona e critica como mulheres são vistas na política

"Sempre que no Brasil alguém tentou sentar na cadeira antes do prazo, deu errado. Isso era dias antes [da eleição]. Eu acredito que é prudente a gente esperar as urnas serem abertas e os votos serem contados", disse ela.

Ciro comemorou publicamente o resultado da pesquisa, que em um de seus cenários traz o deputado à frente da ministra. Em outro, os dois apareciam tecnicamente empatados. A pesquisa mostrou o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na liderança. Ciro, em palestra na Força Sindical, afirmou que Dilma evita confrontos com o pré-candidato tucano.

"Os adversários não são bobos, pelo contrário, estão aí falando "o Lula é meu amigo também". O Lula não dá mais canelada em ninguém, é Lulinha paz e amor para o resto da vida, e a Dilma entrou na mesma, ainda hoje [ontem] nos jornais estou eu falando mal do Serra, e a Dilma agarrada com ele. Quem quer ser bonzinho sou eu, eu quero ser bonzinho e ninguém deixa", disse Ciro, em referência a um evento no qual o tucano e a petista se encontraram anteontem em São Paulo.

Ciro afirmou que Dilma evita confrontos com o pré-candidato tucano José Serra
Ciro também atacou Serra: "A questão não é essa, se ele é feio ou bonito. Eu acho ele feio para caramba, mais na alma do que no rosto".

O deputado criticou ainda a aproximação dos petistas com os peemedebistas. "A atual coalizão PT-PMDB tende ao conservadorismo." Ele defendeu duas candidaturas governistas; a dele, e a de Dilma: "Uma, PMDB e PT ficam com o tempo de televisão do mundo todo, e a outra [a dele, Ciro] vai para o meio da rua, livre sem ter que falar bem do [José] Sarney, presidente do Senado. O outro lado de lá [do PT] fala, que eu compreendo", disse.

Durona

Na entrevista, Dilma falou de outra possível candidata, a senadora Marina Silva (PV-AC): "Ela é muito bem-vinda à disputa eleitoral do próximo ano".

Ao responder sobre sua fama de "durona", Dilma atribuiu ao machismo. "É interessante a forma como se trata as mulheres na política", disse ela, citando a ex-primeira-ministra britânica Margareth Thatcher e a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton.

"Estou num país em que nenhum homem assume suas posições. Quando eu assumo, sou tachada de durona e mal-humorada", afirmou ela. Fonte: Folha Online

Um comentário:

Alex Gomes disse...

Colocam o nome de Sarney em tudo que é história! Certa injustiça com um homem que faz de tudo para melhorar o país à frente do Congresso Nacional...