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terça-feira, 7 de julho de 2009

Senadores anti-Sarney se reúnem para unir esforços

Expoentes do grupo que se opõe à permanência de José Sarney na presidência do Senado discutem nesta terça (7) a adoção de uma estratégia comum.

Por sugestão de Cristovam Buarque (PDT-DF), planeja-se a realização de uma reunião.

Deseja-se arrastar para o encontro o mesmo grupo que encaminhou a Sarney, duas semanas atrás, um elenco de propostas para reformar o Senado.

Participaram daquela articulação, além de Cristovam, os tucanos Sérgio Guerra, Tasso Jereissati e Arthur Virgílio...

...O petista Tião Viana, o ‘demo’ Demóstenes Torres, o socialista Renato Casagrande e os dissidentes peemedebistas Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon.

Não se defendia, então, a licença de Sarney da presidência. Mas, na semana passada, três partidos abraçaram formalmente a tese: PSDB, DEM e PDT.

Reforçados por José Agripino Maia, líder do DEM, os defensores da saída de Sarney desejam agora contabilizar votos, unificar o discurso e traçar uma estratégia comum.

A despeito do abandono dos ‘demos’, Sarney ganhou sobrevida ao receber o apoio explícito de Lula.

Um apoio que será testado nesta terça numa reunião da bancada do PT –o quarto encontro dos senadores petistas.

Nas três reuniões anteriores prevaleceu um placar adverso a Sarney. Mas o partido de Lula esquivou-se de adotar a aversão como posição oficial.

Na última quinta (2), Lula chamou o “exército” petista –12 senadores— ao Alvorada. Apelou por Sarney. Reduziu a encrenca do Senado a uma “luta política”.


Repisou a tese segundo a qual a oposição trama levar a presidência do Senado “no tapetão”. Fez menção a ameaças à “governabilidade”.

Nesta segunda (6), o plenário do Senado continuou monotemático. Os senadores revezaram-se na tribuna para tratar de um único e inevitável tema: a crise.

Vários oradores dedicaram-se a criticar a interferência de Lula e a fustigar o PT, indeciso entre o respeito à maioria de sua bancada e à vontade do Planalto.

Jarbas Vasconcelos pediu o “afastamento” de Sarney. Disse que Lula promove “interferência despudorada” no Senado.

Afirmou que, a pretexto de assegurar o apoio do PMDB à candidatura presidencial de Dilma Rousseff, Lula não hesita nem mesmo em “comprometer” o PT.

Cristovam Buarque disse que, ao escorar sua presidência em Lula, Sarney sujeita-se a ser enquadrado na falta de "quebra do decoro parlamentar".

A tucana Marisa Serrano, vice-presidente do PSDB, afirmou que a interferência de Lula caracteriza “usurpação do poder”.

“Os senadores não precisam de tutores para resolver os problemas internos da Casa”, disse ela.

Ouviu-se uma solitária voz do PT. Da tribuina, Eduardo Suplicy manteve-se aferrado à tese da licença de Sarney.

Negou que o encontro com Lula tenha resultado em “enquadramento” do petismo. Suplicy é uma das vozes que se levantarão contra Sarney na reunião do PT.

Um encontro que, embora tenha sido programado desde a semana passada, a liderança do PT esquivou-se de confirmar.

Além de Suplicy, pelo menos mais três senadores conservam a cara virada para Sarney: Marina Silva, Flavio Arns e Tião Viana.

Até a semana passada, outros três defendiam o afastamento de Sarney: Paulo Paim, Fatima Cleide e Augusto Botelho.

Mantidas essas posições, o líder do PT, Aloizio Mercadante, terá dificuldades para entregar a Sarney o apoio prometido por Lula.

A terça-feira promete fortes emoções. Se for ao plenário, Sarney não escapará de ouvir discursos acerbos.

Nesta segunda, o pseudopresidente do Senado preferiu o exílio do gabinete à vitrine. A reiteração da ausência não serve senão para tonificar o cheiro de queimado. Sarney sonha com a chegada do recesso parlamentar.

Fonte: Blog do Josias de Souza da Folha SP

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